Levo alguns segundos para recobrar o folêgo. O casulo parece apertado com nunca, quase sufocante. E pra ser bem sincera já não há o que fazer, o segredo nesse aperto é ter paciência.
Paciência pra encarar o incomodo que o casulo está me causando.
Paciência pra me aguentar incomodada.
Paciência pra tomar as direções certas, agora que o casulo está ficando pequeno demais pra mim.
Acho que o problema mesmo não é o casulo, sou eu.
Agora eu sou uma crisálida, na verdade sou quase uma crisálida, que cresce, se desenvolve, mas pouco tem em mobilidade, quase não se mexe.
Agora as asas se formam, dia após dia, e eu sinto de verdade que o primeiro voo se aproxima.
Antes era só um anseio, mas agora, que eu quase sinto a brisa no rosto, me assusto um pouco com a imensidão do céu e com a grandeza das árvores.
Eu sei que a vida fora do casulo não é fácil, mas vamos parar de sofrer por antecedência.
Eu devo me preocupar com o que se passa aqui, dentro do casulo, pelo menos enquanto estou dentro dele.
E vou seguindo meus dias, procurando paciência num sorriso amável, num abraço amigo, num beijo confortador, numa surpresa linda, num olhar de uma criança, em notícias boas e histórias felizes...
Quem sabe quão maravilhoso possa ser o meu voo...
13 de outubro de 2009
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Olá Gabi, tenho certeza que seu voo será magnífico, suas asas estão aí é só ter força para batê-las, e tudo de desagradável que possa surgir só será um sopro de vento forte para voares mais alto..outra vez parabéns pelos textos, também adoro borboletas, a natureza, e tudo isso traduzido em palavras fica ainda mais belo...beijinho...
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