Mas acredito que outros fatores constribuíram para o meu romantismo.
Tive a infância regada de lindos contos de fadas, principalmente da Disney, onde princesas esperavam por seus príncipes, e onde os bravos e apaixonados príncipes enfrentavam bruxas, dragões e perigos por suas amadas.
E eu, ainda pequenina, esperava pelo meu príncipe que seria belo, de olhos claros e cabelos tão brilhantes quanto o Sol.
Minha imaginação era habitada por seres fantásticos, com uma capacidade de amar incomum, eram princesas, fadas, feiticeiras do bem, mulheres magníficas, homens corajosos... sempre tendo como carcteristica fundamental o amor e o romantismo.
E acho que essa caracteristica minha, que trago desde a infância que me fez levar relacionamentos falidos adiante.
Eu trazia comigo a florzinha do amor, disposta a plantá-la naquele terreno. E na maioria das vezes me deparava com um solo arenoso, que não tinha o que a minha plantinha precisava.
Mas mesmo assim, eu ia buscar água, trazia adubo, e nada.
E na minha mente achava que ela poderia crescer. Era quando ela morria, e eu via mesmo que estava plantando a minha florzinha em lugar errado.
Por anos vivi assim, a espera do terreno certo, propício, que oferecesse a minha florzinha tão querida o que ela mais necessitava.
E esperava ainda pelo príncipe, porque posso ter crescido, mas não deixei de esperar por ele.
Foi um belo dia que me cansei, e decidi jogar tudo pro alto, inclusive a florzinha.
Príncipe? Eles não existem mesmo! - eu pensava.
E joguei a plantinha, como quem diz: " Se Deus quiser, vai acontecer!"
Então num belo dia, estava eu, caminhando por um vale lindo e agradável, sem muita esperança, até que avistei uma árvore.
Me aproximei dela e quase não pude acreditar: era a minha florzinha que havia virado uma árvore!
Fiquei feliz, dei saltos, mas onde estaria o que eu realmente procurava?
Não havia ninguém ali...
Mas atrás da árvore, havia um homem, na verdade um príncipe.
Ele estava sentado, descansando a sombra da árvore, e nas mãos dele havia o fruto daquela árvore. Percebi que ele olhava desconfiada. Cheirava, olhava de novo e pensava.
O fruto era lindo e suculento. Tão belo como o mais belo que poderia existir.
Foi quando me aproximei.
- Com licença, esse terreno é seu?
- Não, esse terreno é da vida, menina!
- Da vida?
- É, da vida...
Silenciei por alguns instantes e fitei-o tal como me fitava.
- E esse fruto que está nas suas mãos, de quem é?
- Da vida também... Tudo é da vida, pequeno anjo, nada nos pertence. Os sentimentos podem ser nossos, a capacidade de fazê-los germinar também, mas a vida oferece ambiente, água, condições para que ele se desenvolva. A vida traz o que você estava procurando, quando você menos espera...
- Você tem palavras que entram no meu coração e me enternecem, mas posso saber por que você ainda não saboreou esse fruto?
Ele ficou pensativo.
- Às vezes, tenho medo do sabor, de me decepcionar...
- Não vai saber se não provar...Façamos o seguinte, mordamos juntos e então saberemos, pode ser?
- Pode.
E aproximamo-nos da fruta, era rosada, linda e macia, estávamos próximos um do outro, e com o indicador e o polegar, ambos seguravamos o fruto. Foi então que mordemos...
Mastigamos, suspiramos.
Ele sorriu. Eu também. E logo em seguida veio o beijo.
- Isso tem gosto de que, para você?
- Tem gosto de eu te amo.
- Pra mim também. Tem gosto de eu te amo!
Gabi, tu és uma flor, uma borboleta, uma fruta...o que vc quiser ser...no mundo das palavras já és mais que princesa...adorei o texto..beijinhos e lindo fim de semana...
ResponderExcluir