29 de outubro de 2009

O primeiro feixe de luz

Eis que o primeiro feixe de luz adentra no casulo.
O primeiro feixe de luz.
Me acorda subtamentee de repente estou em saltos.
O casulo está a se romper. Devagar, com delicadeza, mas já pude ver o primeiro feixe de luz a iluminar o casulo.
A luz bate em meus olhos, por dois segundos não acredito, mas logo abro os olhos e veja, é de verdade!
Todos estão felizes a me esperar lá fora e me dizem palavras doces, animadoras, cheias de incentivos.
"Olá Borboleta, estamos esperando por você! Venha logo, a vida fora do casulo é belíssima!"
Já me chama de Borboleta!
Aqueles que me querem bem fazem o possível para me ver mais contente do que a situação pede! É a minha primeira grande conquista. É a primeira rachadura do casulo.
Passei noites e dias pensando como seria ver o Sol, que cor tinha o Sol. Eu sabia de nome, sabia que tinha luz, mas só podia ver o Sol com a abertura que o casulo me proporcionava. Agora o casulo abria uma fenda para que eu visse o Sol com meus próprios olhos e com a minha própria opinião. De fato, o Sol é mesmo maravilhoso!
Passei os últimos meses pensando, ensaiando como seria sair do casulo.
Mas agora, que ele se mostra semi-aberto, percebo que realmente, ele se abrirá e eu então, terei que voar.
Voar...
Que medo que dá em pensar que minhas asas se abrirão pela primeira vez, longe da Borboleta-Mãe, longe da minha Colônia Colorida.
Dá medo, mas ao mesmo tempo é empolgante e excitante, pensar que poderei voar por campos inimagináveis, campos belos, alvos, campos que eu escolherei.
Agora o casulo ainda me tem, mas aos poucos vai pedindo para que eu, devagar, me mexa e comece a abrir minhas asas.
É, a crisálida não é mais crisálida.
A Vida sabe que estou amadurecendo e me quer de asas abertas. A Vida sabe quando estamos prontos, e se ela me diz é porque realmente sabe que estou pronta pra voar!
E nesse vulcão de sentimentos eu senti as lágrimas debulharem dentro de mim e escoarem pelos meus olhos sem que eu fizesse nenhuma força.
Sim eu estou muito feliz, mas ao mesmo tempo estremeço um pouco... Eu era uma lagartinha até ontem e hoje já vejo meu casulo se rompendo!
Como é a vida...
Mas até que minhas asas estejam 100% o casulo tem fendas para abrir!
Que eu faça da luz minha aliada, que eu tenha forças e abra minhas asas para a Vida, pois ela se abriu para mim!
E que todos aqueles que me acompanham nessa estrada, no meu ensaio de voo, e todos aqueles que estarão comigo, eu vos agradeço pelo amor e pela dedicação!
Porque na verdade amor e dedicação são os ingredientes mágicos que fazem de simples lagartinhas, belas e corajosas borboletas!











Texto sugerido pela minha Borboleta-Mãe, a quem eu devo o dom da vida, o meu amor incondicional!

PRIMEIRA CONQUISTA!


A minha primeira conquista!
Foi emocionante!!!
Aquela ansiedade e de repente um DDD 11 me ligando!
Minha sogra passa o telefone para meu amor, e de repente uma sensação que eu nem imaginava que pudesse existir!
PASSEI! foi tudo que me veio a mente!
Faltam-me palavras!
Por mais que eu ainda tenha mais dois caminhos, é importante ressaltar nossas vitórias!
Obrigada a todos aqueles que fazem parte dessa conquista!
Obrigada a todos a aqueles que de maneira direta ou indireta participaram disso!
Obrigada a todos aqueles que desde o início confiaram em mim!
Obrigada principalmente a minha mãe, ao meu amor e minha família que fizeram cada passo dessa jornada ficar mais leve... E eu conto com vocês, e com todos vocês para conquistar mais dois caminhos!
OBRIGADA DE CORAÇÃO!!!



Gabriela Sikorski Cerqueira Cesar Rojo - aprovada no vestibular da Universidade São Judas, em sétimo lugar no curso de Comunicação Social- Enfase em Jornalismo.

28 de outubro de 2009

A doce história de Dulce

A doçura sempre fora sua marca registrada, e deve ser por isso que recebeu o nome de Dulce.
Dulce, sempre fora amável, meiga, doce. Sua aparência lembrava um torrãozinho de açucar, cabelos loiros e ondulados nas pontas, bem claros, olhos meio azul meio verde, bochechinhas rosadas, dentes branquinhos e sorriso encantador. Parecia mais um bibelô de açúcar.
Quando criança era exemplo de educação na escola, gentil com mestres e colegas.
Crescera numa família cheia de amor e mimos. Sua mãe, Alícia, a quem Dulce devia sua beleza, era uma mulher encantadora. Professora de francês, ensinara a pequena Dulce a língua de Paris, e Dulce sonhava em conhecer a La Tour Eiffel.
O pai de Dulce, Heitor, era apaixonado pela filhinha. Fazia-lhe todos os gostos, Comprava-lhe bonecas de porcelana e lápis de cera para que a pequena desenha os seus mais belos sonhos nas folhas branquinhas que ele trazia do escritório.
Dulce crescera e se tornara uma linda mulher, e os homens da alta sociedade paulistana almejavam-na como esposa e mãe dedicada de seus filhos.
Por onde passava Dulce era galanteada, em sua casa recebia flores constantemente. Mas Dulce sabia que atrás daquelas flores com promessas de amor mentirosas se escondia a erva daninha da vaidade, e Dulce não compactuaria com isso.
Com o auxílio da tia avó Úrsula, que fora como uma avó para Dulce, posto que a mãe de Alícia havia falecido e a avó paterna morava no interior do Sul, Dulce juntava dinheiro para ir para a França.
Até que um galanteador de primeira categoria enfeitiçou a pobre Dulce e também a seu pai, em poucos meses estavam noivos.
As amigas do colégio tentavam avisá-la que o galanteador, Olavo, não valia o pão que comia. Mas não adiantava, Dulce estava apaixonada.
Foi então que percebendo o engano da sobrinha a tia Úrsula mais que depressa comprou duas passagens para a Paris e avisou a jovem Dulce:
" Embarcamos amanhã, faça suas malas! É sua oportunidade!"
Dulce não teve tempo de pensar, e ao vê-la embarcar, o galanteador Olavo sentiu que a perdera para sempre.
Apesar de deixar o noivo, Dulce não se sentia triste, pelo contrário. Tinha um excelente pressentimento.
Dito e feito. No desembarque um afilhado de tia Úrsula as esperava, um francês de encatadores olhos azuis e cabelos clarissimos, chamado Marc.
Fora amor a primeira vista! Tia Úrsula adiou a viagem para um mês e quando voltou ao Brasil, voltou sozinha.
Dulce ficara com Marc. Tia Úrsula tinha dado a ela seu apartamento na Champs Elysee, e assim que ela concluisse seu curso e ele terminasse a faculdade, casariam-se, mas no Brasil.
Dois anos depois do casamento, Dulce e Marc voltaram para o Brasil, trazendo consigo uma linda menina a quem chamaram de Úrsula em homenagem a tia que os unira.
E Dulce, levava sua vida parisiense cheia de amor e doçura, como deveria ser.

27 de outubro de 2009

Desapegos do casulo

O casulo se faz cada dia mais apertado. Chega a ser claustrofóbico.
E todos os movimentos que eu faço para melhorar, tentar me mexer, só me apertam cada vez mais.
E mesmo ainda estando dentro do casulo, sinto que se aproxima o dia do voo.
Quando a gente é crisálida não é fácil pedir colo.
A gente se acha suficientemente crisálida e acha que tem coisas que nenhuma borboleta mais velha precisa nos ajudar.
Mas pera lá, eu disse tem coisas, não disse tudo!
A gente, mesmo sendo crisálida, mesmo estando dentro do casulo, mesmo que o voo de aproxime, a gente precisa de colo, de carinho, de aconchego.
Não é fácil desapegar da idéia de casulo, onde tudo é quentinho, familiar, fácil, confortável.
Acho engraçado ver as minhas lagartinhas, porque elas são tão pequeninas ainda, se arrastando na estrada da vida com um sorriso no rosto.
E sinto às vezes, porque sei que minhas lagartinhas terão muitos anos pra desfrutar das alegrias do casulo... Os meus já passaram...
Passaram tão rápido que chega doer quando lembro que não faz muito tempo eu era a lagartinha mais feliz do casulo, e era a alegria dele!
De como todos me paparicavam tanto, de como era sossegada e alegre e vida no casulo.
Eu andava pra lá e pra cá, sonhando em ser borboleta, até que um dia... puff!
Aqui estou eu, prestes a ser borboleta, nostalgiando os meus tempos de lagartinha.
As coisas aqui no casulo não estão fáceis...
E mesmo com todo esse aperto, dentro e fora de mim, eu juro que me esforço pra fazer o melhor que posso, pra tentar participar das coisas no casulo, mesmo que, porventura, seja intromissão da minha parte.
Eu juro que tento, que me esforço pra fazer parte das coisas no casulo.
Só Deus sabe quanto doeu quando eu tive que deixar todos os meus lá na festinha pra ir peitar um ensaio de voo!
Quanto dói o desapego, quanto dói saber que nessa vida, eu nunca mais serei uma lagartinha!
Ah, se eu soubesse que ia passar tão rápido eu tinha pego o primeiro Expresso para a Terra do Nunca, ou tinha sequestrado uma fada pra ver se ela me dava o tal pózinho mágico, eu ia voando mesmo, em direção a tal Estrela que leva à Terra do Nunca!
Mas agora não dá mais tempo, o Expresso já saiu sem que eu me desse conta, e as fadas pouco aparecem para mim...
Agora, o que me cabe, é compreender, perceber e aceitar minah condição de crisálida, e perceber também o quão bom e os privilégios que a vida de borboleta me trará...
Até agora, o máximo que eu consegui foi abrir uma conta na locadora no meu nome...
Mas mesmo com todo o aperto eu sei que o Sol vai surgir no horizonte, e meu voo será tão belo quanto eu puder sonhar!

Ônibus 147

E mais uma vez a última imagem que se vê é a caixa de madeira sendo colocada num buraco de terra, e lá dentro, um rapaz. Um rapaz negro, dito marginal.
Coadjuvante da Chacina da Candelária, Protagonista do episódio Ônibus 147.
Um rapaz, um assassino.
Mas antes de mais nada um menino, um menininho atormentado por imagens de um passado sombrio, um passado manchado de sangue materno.
Um passado sem pai, um passado sem família, sem colo, sem carinho.
Todos os dias milhares de Sandros surgem nas ruas do Brasil.
Esses meninos condenados ao suplício de sua cor e sua posição social, esses meninos maltratados pela vida, invisiveis para a sociedade.
E vai dizer que não?
Quem de nós nunca fingiu não ver um garoto de rua pedindo esmola no semaforo, ou fazendo malabares, vendendo chiclete?
Quem de nós já não fechou os olhos para não ver aquelas crianças pequeninas dormindo debaixo das pontes, ao relento, sem pai, sem mãe, sem nome?
É a dura realidade no Brasil.
Não só do Brasil...
E nós continuamos fechando os olhos, até que um deles, para ser visto, num apelo de visibilidade invade um ônibus e faz pessoas reféns.
E o desfecho dessas histórias será sempre morte e sangue.
Serão sempre trágicos e dolorosos.
E então nós veremos que atrás de um marginal, de um assassino, havia um garotinho surrado pela polícia, um garotinho que lhe fora negado o pão, o colo, a moradia. Um garotinho que viu tudo de pior que pode ser visto nesse mundo!
Um garotinho que se lá atrás tivesse tido carinho, afeto, educação, e oportunidade, não teria terminado dentro de uma caixa de madeira ingrata, num buraco sujo de terra, só com uma velha mãe que o adotara depois de grande, lhe oferecendo flores, chorando sua morte...

26 de outubro de 2009

Caminho da Mooca

E mais uma vez o GPS os deixara na mão. Não se surpreenderam.
Era a Vida querendo testá-los novamente, sabiam disso e comentaram um com o outro.
Agora o caminho para a Mooca teria que ser feito por eles, a moda antiga, sem GPS.
Era de confiança que eles precisavam, confiança neles mesmo, na Vida, no Destino, em Deus.
E lá foram, entre conversas costumeiras, mãos, carinhos e beijos.
O sinal vermelho era o favorito por ela, pois assim podia deitar sua cabeça no ombro dele, sentir-lhe o cheiro e dizer com calma: eu amo você.
Muitas vezes o sinal verde abria e ainda estavam saboreando o beijo. Único e indescritível. Talvez os motoristas atrás entendessem o amor, por isso, jamais ousaram buzinar.
E lá iam eles, seguindo placas em direção a Mooca, um tanto tensos.
" Por que confiar na vida é tão difícil assim?"
E logo ali ele abaixou um vidro r perguntou a um senhor onde era a Rua Taquari. O senhor foi gentil e disse que era a primeira a direita.
Enquanto ela falava com a mão no celular, tranquilizando-a pois a prova era às duas, e não uma da tarde.
Viraram a primeira a direita e nada. Andaram, viraram aqui e acolá.
Logo ela começou a ficar nervosa e a deixá-lo tenso.
" Amor, você precisa lidar melhor com esse tipo de situação, você não pode agir assim."
E logo duas lágrimas rolaram. A voz dela embargada no choro pedia para que ele tivesse paciência, embora soubesse que se tratando dela, ele tinha toda paciência do mundo.
Ele entendeu o pedido, segurou na mão dela, sabia que não era um dia como todos os outros, e faria de tudo para apaziguar o nervosismo que ia no âmago dela. Com ela seria da melhor maneira que ele poderia fazer.
E logo perguntaram num posto ali e o rapaz gentilissimo explicou. Ele agradeceu com um sorriso e comentou com ela que o povo da Mooca era muito gente boa, o que a deixou confortada.
Então, no sexto sentido que só ele tem, no sinal, viu um carro e comentou:
" Se pá ele tá levando alguém pra lá."
E abaixou o vidro, e com toda a educação fez a sua pergunta.
" É só ir reto."
Bingo!
Chegaram no destino.
Ufa!
O coração dela, apesar de um tanto nervoso por ausa da situação, era só alegria. Tinha acertado na loteria! Mais que isso, tinha encontrado um amor de verdade!
Ele não era só o namorado lindo de olhos azuis, era o namorado paciente que sabia escutá-la mas também sabia a hora de fazê-la ficar quieta. Era o namorado compreensivo que compreendia mesmo que não entendesse cada olhar dela. Era o namorado que fazia o que podia e até mesmo o que não podia para vê-la feliz. Era o namorado, o amigo, o companheiro, irmão, pai, era simplesmente... o Noni!
E era isso que fazia dele o mais especial, o mais amado, o mais querido!
Era essa coisa que só ele tinha, e que não estava tão somente na maneira carinhosa e atenciosa com que ele fazia tudo para que as coisas fossem especiais para ela, mas sim naquilo que estava implícito em cada ação, cada gesto e movimento dele.
Aquilo que eu, mera poeta, chamaria de AMOR!

22 de outubro de 2009

Yago

Deus lhe confiara uma vida, e lá estava ele olhando para o bebê diante de sua porta.
Tomou-o nos braços, o pequenino dormia. E no moisés, um bilhete que dizia:
" Aquela viagem, nós jamais a esqueceríamos, e agora você não pode esquecer. Cuide bem do Yago, por enquanto não posso cuidar dele, mas garanto que você será um bom pai. Se puder, registre-o no seu nome. Boa sorte! Yulia."
Pedro não sabia o que fazer. Era médico, recém formado, vivendo numa bela casa em Jardins, e agora, sem mais nem meio mais, aquele pequenino lhe fez lembrar de coisas que ele já havia esquecido.
Yago... Que belo nome Yulia havia escolhido para ele. De fato, jamais duvidaria da palavra de Yulia, posto que sabia que fora seu primeiro homem...
A vida é mesmo uma caixinha de surpresas!
Não estava desesperado. Só um tanto aflito. Jamais havia segurado um recém nascido tão próximo de seu peito, jamais havia sentido o cheiro de bebê tão de perto.
Uma onda de emoção invadiu-lhe o coração...
Faria de tudo para que aquela criança tivesse o melhor pai do mundo. Não lhe deixaria faltar nada, nem dinheiro, nem carinho e muito menos amor e atenção. Ele que crescera sem pai, sabia o quanto era doloroso o descaso.
Pegou o moisés, levou para dentro de casa. Teodora, a empregada já dormia.
Não queria ligar para sua mãe ainda, ela também já devia estar deitada.
Yago dormia profundamente.
Pedro colocou-o no moisés e colocou o moisés em cima de sua grande cama.
Sentou, passou as mãos pelos cabelos escuros. Respirou.
Foi até o banheiro, lavou o rosto.
Chorou. Chorou muito.
Não sabia porque, mas havia algo mágico, lindo e envolvente nessa criança que dormia no moisés.
Olhou-se no espelho. Talvez Yago fosse parecido com ele. Será que teria os seus olhos verdes?
Seria um garoto muito bonito.
Sentiu-se triste, pois sabia que o menino cresceria sem mãe.
Voltou ao quarto. Yago dormia.
Então respirou fundo, pegou o telefone e ligou para Luiza.
" Lu!"
" Oi Pedro!"
" Você pode vir até minha casa?"
" Pedro, já são uma hora da manhã!"
" Eu sei, mas aconteceu algo inesperado. Alguém tocou a campainha de casa, quando eu abri tinha um moisés com um bebê. e um bilhete! Lu, é meu filho, meu filho e da Yulia, lembra dela? Eu não sei o que fazer!" e começou a chorar.
" Meu Deus! Calma Pedro, em vinte minutos eu tô ai!"
Vinte não, dezoito minutos depois lá estava ela, na porta da casa. Quem abriu foi Teodora.
" Dona Lu?"
" Oi Teodora, cadê o bebê?"
" Do que a sra tá falando?"
E se dirigiram ao quarto de Pedro.
Ele estava deitado na cama, ao lado de Yago, que estava acordado, sorrindo.
As duas pararam. Pedro tinha lágrimas nos olhos.
" Ele não é lindo?"
Luiza se aproximou.
" Sim, lindo como você!"
E pegando na mão de Pedro, sorriu docemente.
" Não se preocupe, vai ficar tudo bem, nós vamos cuidar dele!"

19 de outubro de 2009

Voe, pequenina...


Sabendo das reais verdades da Vida, eu abro as minhas mãos para que você voe.
Solto as tuas amarras, porque sei que jamais detive o poder sob você.
Me aperta um pouco o coração, porque sei que errei contigo, pequenina, e que você o tempo todo, tentou me mostrar isso.
Agora, deixo que você voe livremente e prometo por mim mesma que não vou atrapalhar o seu voo.
Deus faz as coisas na hora que elas devem ser.
Demorei muito tempo pra entender que nós somos apenas grãos de areia na imensidão do Universo e que nenhum de nós detém a Vida nas mãos. Nós simplesmente sentimos e deixamos acontecer.
Quanto mais se força alguma coisa, mais superficial ela será.
Eu quero que seja natural, belo e como Deus quiser.
Agora voe, pequenina...
Voe pelos lugares mais belos que você puder, aprenda todas as lições que você conseguir, assimile em seu espírito iluminado o amor, a caridade, a felicidade e a fé!
Que você entenda que todos os meus devaneios foram por te amar demais, minha borboletinha...
E se eu atrapalhei a sua caminhada, peço que me perdoe e que não me negue por isso.
Eu deixo que você vá, com a saudade de quem vive por amor!
Eu esperarei por você!
Mas eu viverei a minha vida, me construirei como uma excelente pessoa e como uma alma boa e cheia de amor. Prepararei o melhor terreno, o mais harmonioso, cheio de carinho e o mais feliz para que você só encontre alegrias quando você chegar e que isso possa servir para o seu crescimento.
Eu abri mão do poder da vida por amor e por entender que apenas somos, não temos nada.
Voe, pequenina...
Voe, mas eu peço, que um dia, se Deus lhe conceder, que você possa voltar para os meus braços, e eu juro que serei a melhor para você e para mim!
Voe, minha borboletinha...
Voe...

O campo, as flores e a menina


Lá vai a menina andando por entre as árvores, respirando terra e pensando na cidade.
Quanta coisa vai na cabeça da menina, amigos, brincadeiras, amizade, sua mais bela história de amor, cheia de felicidade.
E as unhas dos pés, esmaltadas em cor de tule, tão clarinho e bonito que lhe faz lembrar o ballet.
E pensa que um poderia ter uma filha que seria a bailarina mais linda do Teatro Municipal, mas é só um devaneio, ela sabe muito bem que cada um é o que pode e o que lhe cabe ser.
E vai andando, observando na parede da memória suas fotos mais bonitas, as suas letras mais graciosas, que ela lê e re-lê, e gosta de ler de novo e novo e de novo....
Vai caminhando, a menina. Por entres flores cor de rosa e púrpura, e num céu azul tão belo, fadas e borboletas fazem uma tiara harmônica e feliz.
Pensa nas flores e que elas poderiam enfeitar o seu cabelo quando aquela que ela ama a estivesse esperando para selar com um anel bonito o amor que os uniu!
Ah menina, é ainda tão menina, tão cheia de sonhos e cores, tão pequenina, mas tão grande...
Vai, menina! Caminha por entre as flores, elas são belas e agradáveis, e lhe trarão paz, que, por ora é o que o seu coração precisa...

16 de outubro de 2009

O melhor aniversário do mundo!

Eu desci as escadas automaticamente, sem nada que me motivasse o suficiente pra sorrir. E logo já estava ali, na porta da escola.
Foi quando um par de olhos azuis e um sorriso me despertaram do sono. Era você!
Ah, era você! E eu mal pude acreditar no que meus olhos me mostravam.
Você tinha vindo, lá de São Paulo, enfrentando estrada, transito e chuva só pra estar comigo no meu aniversário.
E quando eu vi o seu sorriso ali, eu me lembrei da primeira vez que eu vi o seu sorriso.
Um filme passou na minha mente. Seu primeiro sorriso, todo encabulado, mostrando os dentes, destacando-os na boca vermelha, um sorriso tímido, mas com algo que só ele tinha, só ele!
Jamais tinha visto um sorriso daquele jeito. E até hoje, nos meus dias ruins, é dele que me lembro, do seu primeiro sorriso, do segundo, não importa, mas é dele que me lembro, e já me sinto bem!
Ah, meu amor, você me traz paz!
Então eu corri para seus braços, com o coração acelerado, querendo sair pela boca! Com os olhos rasos d'água. Eu jamais imaginei que alguém pudesse fazer isso por mim, que alguém pudesse me amar tanto assim!
Naquele instante eu soube o que ela a tão desejada FELICIDADE!
Ela estava ali, na surpresa que você me fez, no sorriso daqueles que partilharam da minha felicidade, do meu amor!
Era só amor voando, espalhado por todos os cantos.
E o dia cinzento se fez claro na minha alma! O Sol e a primavera, num céu azul, me dizendo que era o amor que estava ali!
Só Deus sabe que dia maravilhoso, que felicidade eu senti, que amor, que magia, que luz que me invadiu!
E são momentos como esses que nos fazem sorrir para a vida, e nos fazem pensar que vale a pena estar vivo, vale a pena acreditar na vida, que vale a pena, sofrer, esperar, porque o amor chega!
Que Deus abençoe a todos aqueles que estavam comigo naquele dia iluminado, e que Ele cuide de todos aqueles que me são caros!
Foi o meu mais belo aniversário, e eu vou me lembrar dele pra sempre! E vou pedir a Deus para que todos os meus aniversários sejam assim, lindos, sorridentes, com você ao meu lado e cheios de amor e luz!
Obrigada, Minha Dádiva! Eu sou a pessoa mais feliz do mundo por ter você ao meu lado!

14 de outubro de 2009

O terreno, o fruto, o amor e a vida.

Tendo nascido sob a influência de Virgem, e ainda mais Libriana, não podia ser diferente: tinha que ser romântica!
Mas acredito que outros fatores constribuíram para o meu romantismo.
Tive a infância regada de lindos contos de fadas, principalmente da Disney, onde princesas esperavam por seus príncipes, e onde os bravos e apaixonados príncipes enfrentavam bruxas, dragões e perigos por suas amadas.
E eu, ainda pequenina, esperava pelo meu príncipe que seria belo, de olhos claros e cabelos tão brilhantes quanto o Sol.
Minha imaginação era habitada por seres fantásticos, com uma capacidade de amar incomum, eram princesas, fadas, feiticeiras do bem, mulheres magníficas, homens corajosos... sempre tendo como carcteristica fundamental o amor e o romantismo.
E acho que essa caracteristica minha, que trago desde a infância que me fez levar relacionamentos falidos adiante.
Eu trazia comigo a florzinha do amor, disposta a plantá-la naquele terreno. E na maioria das vezes me deparava com um solo arenoso, que não tinha o que a minha plantinha precisava.
Mas mesmo assim, eu ia buscar água, trazia adubo, e nada.
E na minha mente achava que ela poderia crescer. Era quando ela morria, e eu via mesmo que estava plantando a minha florzinha em lugar errado.
Por anos vivi assim, a espera do terreno certo, propício, que oferecesse a minha florzinha tão querida o que ela mais necessitava.
E esperava ainda pelo príncipe, porque posso ter crescido, mas não deixei de esperar por ele.
Foi um belo dia que me cansei, e decidi jogar tudo pro alto, inclusive a florzinha.
Príncipe? Eles não existem mesmo! - eu pensava.
E joguei a plantinha, como quem diz: " Se Deus quiser, vai acontecer!"
Então num belo dia, estava eu, caminhando por um vale lindo e agradável, sem muita esperança, até que avistei uma árvore.
Me aproximei dela e quase não pude acreditar: era a minha florzinha que havia virado uma árvore!
Fiquei feliz, dei saltos, mas onde estaria o que eu realmente procurava?
Não havia ninguém ali...
Mas atrás da árvore, havia um homem, na verdade um príncipe.
Ele estava sentado, descansando a sombra da árvore, e nas mãos dele havia o fruto daquela árvore. Percebi que ele olhava desconfiada. Cheirava, olhava de novo e pensava.
O fruto era lindo e suculento. Tão belo como o mais belo que poderia existir.
Foi quando me aproximei.
- Com licença, esse terreno é seu?
- Não, esse terreno é da vida, menina!
- Da vida?
- É, da vida...
Silenciei por alguns instantes e fitei-o tal como me fitava.
- E esse fruto que está nas suas mãos, de quem é?
- Da vida também... Tudo é da vida, pequeno anjo, nada nos pertence. Os sentimentos podem ser nossos, a capacidade de fazê-los germinar também, mas a vida oferece ambiente, água, condições para que ele se desenvolva. A vida traz o que você estava procurando, quando você menos espera...
- Você tem palavras que entram no meu coração e me enternecem, mas posso saber por que você ainda não saboreou esse fruto?
Ele ficou pensativo.
- Às vezes, tenho medo do sabor, de me decepcionar...
- Não vai saber se não provar...Façamos o seguinte, mordamos juntos e então saberemos, pode ser?
- Pode.
E aproximamo-nos da fruta, era rosada, linda e macia, estávamos próximos um do outro, e com o indicador e o polegar, ambos seguravamos o fruto. Foi então que mordemos...
Mastigamos, suspiramos.
Ele sorriu. Eu também. E logo em seguida veio o beijo.
- Isso tem gosto de que, para você?
- Tem gosto de eu te amo.
- Pra mim também. Tem gosto de eu te amo!




13 de outubro de 2009

Presente


Deixa essas mulheres mal amadas, deixa essas memórias apagadas.
Deixa o seu orgulho ferido, deixa o sorriso caído e a lágrima no olhar.
O passado se anunciou e já se fez em sépia, logo será preto e branco e nem das cores mais belas que vistes irás lembrar.
A rosa velha já fedeu a discórdia, e no teu peito não há mais espaço pra essa história.
A frígida mulher, agora torna-se mais frígida que antes, e não existe mais incomodo para você.
Num baú velho e mofado estao as fotos dela, e ele foi jogado no lodo das fossas oceânicas, e esquecido para sempre.
Não me fira com seu orgulho, pois a beleza tornou-se feiura, e a palavra espinho cortante sufocador.
Esquece, por favor, o seu orgulho sem causa, sem motivo. Deixa que tudo foi esquecido, e agora por mim também.
Agora vê ao teu lado, que se anuncia um presente inspirador, que traja vestidos claros e limpos, flores nos cabelos e nas mãos e que traz nas consigo um ramalhete de ternura e amor sincero, só para você. Suas asas o farão voar por lugares inimagináveis, e transcederá toda a história suuperficial que lhe contam.
Oh, não olhe mais para trás, não escureça esse dia tão claro que se fez sem nuvens só para você.
Vê a figura mais terna, mais sincera, mais bela, que poderia aparecer agora.
Vê a claridade que nasce para você em olhos chamuscantes e serenos ao mesmo tempo. Vê a luz, ela a quer consigo!
Ela traz compreensão nos olhos para você e promessas de um amor puro e imortal.
Sorria, pois, para a vida que a trouxe e conserve-a sempre no seu coração.
Ela estará pra sempre ao seu lado, e jamais vai deixá-lo, jurou-te o coração por toda a eternidade.

Quase uma Crisálida

Levo alguns segundos para recobrar o folêgo. O casulo parece apertado com nunca, quase sufocante. E pra ser bem sincera já não há o que fazer, o segredo nesse aperto é ter paciência.
Paciência pra encarar o incomodo que o casulo está me causando.
Paciência pra me aguentar incomodada.
Paciência pra tomar as direções certas, agora que o casulo está ficando pequeno demais pra mim.
Acho que o problema mesmo não é o casulo, sou eu.
Agora eu sou uma crisálida, na verdade sou quase uma crisálida, que cresce, se desenvolve, mas pouco tem em mobilidade, quase não se mexe.
Agora as asas se formam, dia após dia, e eu sinto de verdade que o primeiro voo se aproxima.
Antes era só um anseio, mas agora, que eu quase sinto a brisa no rosto, me assusto um pouco com a imensidão do céu e com a grandeza das árvores.
Eu sei que a vida fora do casulo não é fácil, mas vamos parar de sofrer por antecedência.
Eu devo me preocupar com o que se passa aqui, dentro do casulo, pelo menos enquanto estou dentro dele.
E vou seguindo meus dias, procurando paciência num sorriso amável, num abraço amigo, num beijo confortador, numa surpresa linda, num olhar de uma criança, em notícias boas e histórias felizes...
Quem sabe quão maravilhoso possa ser o meu voo...

4 de outubro de 2009

4,3,2,1...!!!






Imagens falam mais do que palavras!... Tá chegandooooo!!!! :D

2 de outubro de 2009

Canção das Mulheres - Lya Luft


"Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta quanto me dóia idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.
Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''
Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher!"












Fantástica!

You love and love again...


It's times like these
You learn to live again,
It's times like these
You give and give again
It's times like these
You learn to love again,
It's times like these
Time and time again...

1 de outubro de 2009

Like a child


Permaneço inquieta. Pensei em tudo que poderia fazer as 21:43 de uma quinta-feira nefasta, nada me agrada.
O telefone não tocou daqui pra lá e espero que ele toque de lá pra cá.
Os óculos vermelhos ficaram na bolsa.
Quase não há carros na rua, apenas a noite.
Procurando um lugar pra poder amarrar meus medos. Quero deitar numa cama macia, e ter sonhos bonitos.
Eu estava fazendo força pra cantar, minha voz estava desafinada como um ganso, embargada de lágrimas que eu teimava em esconder. E no meio de uma canção torta, lembrei da primeira vez que andamos de carro juntos e da sensação que eu tinha em estar ao seu lado.
Um filme, pequenino, um curta, fracionário, veloz, que me fez desabar como uma criança perdida, vendo seu mundo de fantasia ameaçado pela realidade.
É assim que me sinto.
E enquanto não puder ver, não sei se vou sossegar.
E todas aquelas faces me desesperam hoje. Todas aquelas mulheres me deixam enojada.
Eu penso em coisas desagradáveis, eu procurei consolo num livro mas a narrativa estava tão enfadonha quanto essa semana que não passa.
Eu quis escrever as belas histórias de Roma, mas elas me deram uma pontada onde bate ocoração, que hoje, bateu sem ritmo, sem dança, sem música.
Bateu ferido, morimbundo, cansado, largado.
Bateu feio, triste, gritante, só, com todo o amor sufocado em palavras que ecoaram na minha cabeça, mas eu tenho o dom de esquecer as coisas desagradáveis que as pessoas me falam, então, agora já nem lembro mais.
Eu me sentei aqui algumas vezes hoje, e esse espaço em branco me convidou a centenas de textos que poderia escrever. E vi as fotos das fadas, pensei em escrever um conto, mas a emoção está presa num tempo emocional doloroso.
Não há uma palavra de consolo, um carinho que afague.
Há apenas um corredor, escuro, sem nenhuma luz, por onde eu ando com medo, sozinha.
Existe apenas uma força que me faz continuar e eu nem sei o nome dela.
Se é amor, fé, esperança... Não sei e também não importa, se ela continuar fazendo com que eu ande, pra mim já está bom...
Na verdade hoje eu só queria me sentir amada.
Mas por mais que essas memórias me remetam um amor divino, a dor machuca e me faz ceder.
Essa maldita e nefasta dor.
Que come as minhas esperanças com seus gritos de solidão.
Eu só espero que tempo seja gentil mais uma vez, e que faça essa dor passar tão rapido como ela veio...
Não há ninguém pra me dar a mão...
Ninguém pra dividir um segredo...
E na verdade eu só preciso de amor, de colo, assim como qualquer criança.


...


" Na frente está o alvo que se arrisca pela linha, não é tão diferente do que eu já fui um dia. Se vai ficar, se vai passar, não sei! E num piscar de olhos lembro o tanto que falei!
Deixei calei, até me importei, mas não tem nada, eu tava mesmo errada...
Cada um seu casulo, em sua direção, vendo de camarote a novela da vida alheia.
Sugerindo soluções, discutindo relações, bem certos que a verdade cabe na palma da mão...
Mas isso não é uma questão de opinião... E isso é só uma questão de opinião!"

(Pitty)