11 de dezembro de 2009

Novos ventos

Eis que mais uma rachadura surge. Mais uma e mais uma.
E assim vou sentindo a claridade da vida lá fora abrir meus olhos.
A parede do casulo está cada vez mais fina, e eu cada vez maior.
Ele se rompe, e se rompe, e se rompe. Cada dia um pouco mais.
Já não tem outra alternativa, o voo se aproxima.
E ontem eu me deparei com uma das rachaduras mais dolorosas que podia ter: o Fim da Escola.
Soa trágico e triste, porém claro, belo e promissor.
Porque a escola também fora um casulo para todos nós. Um casulo, às vezes, sufocador. Outrora, cheio de paredes mágicas e pintadas de giz de cera, histórias de vidas que se cruzaram, mas que agora, seguem seu caminho.
A intercessão passou, e seguiremos em linha reta, ou não.
Foi bonito de ver todos nós, que convivemos desde lagartinhas até o dia de ontem.
Foi triste quando o casulo se rompeu.
Voamos da escola.
Voamos das aulas dos nossos mestres desses três anos. Deixamos lágrimas pelo ar, e a saudade de quem se lembrará de um colegial feliz e engraçado, animado e divertido, as vezes chato e dorminhoco.
E aquelas sábias borboletas que estiverem conosco, cada um com sua cor, sua história e seu próprio voou, elas deixaram tanta saudade que nem cabe no peito.
Alguns perceberem a ruptura na mesma hora que ela aconteceu. Outros demorarão certo tempo para se perceberem fora do casulo.
O casulo agora fica preto e branco, para que novas cores possam surgir em nossas vidas.
Anteontem, fui aprovada em mais uma escola de voou especializado (rs). Fiquei feliz, estou feliz, mas minha ficha cai aos poucos, juntamente com algumas lágrimas de saudade, alegria, medo e conquista.
O casulo se rompe a todo instante, e a cada dia a luz entra diferente por aqui.
Gosto quando se aproxima de maneira rosa, me dá sensação de bem estar. A luz é a força que me faz querer voar!
Confesso que ainda estou me recuperando dessa ruptura escolar. Dói um pouco mas é preciso que eu seja forte. Tenho mais um ensaio de voo pra enfrentar esse domingo.
E gostaria de agradecer, principalmente, a Borboleta-Mãe, que tem sido dez vezes mais forte que eu, que tem segurado a barra por mim, com todo seu amor e ternura, sempre acreditando acima de tudo em mim. Que ela saiba o quanto eu a amo e que não estaria nem viva sem ela.
E ao meu Príncipe Alado, que tanto faz para ver um sorriso florescer em minha face. A você, Meu Amor de Muitas Vidas, Meu Companheiro de Muitas Jornadas, Obrigada pela sua força, pela sua determinação, pelo seu cuidado, pela sua dedicação, e principalmente pelo seu amor. Acredite, se eu estou sobrevivendo de maneira menos dolorosa e mais forte a essas rupturas intensas, é porque você está comigo, me apoiando e me amando a cada instante!
Obrigada a toda minha família, a todos meus amigos, a todos os meus leitores que me inspiram a estar aqui a cada dia.
Obrigada...
Que os novos ventos que se aproximam me possam levar pelos melhores ares que podem existir...
E que esse voo que se aproxima seja o mais belo possivel, além do que a imaginação pode sonhar!

Um comentário:

  1. Olá gabi, aposto que suas asas estão fortes o suficiente para todos esses voos altos que estão por vir...e você parece mesmo uma fadinha de conto de fadas na foto acima, e melhor uma fadinha com lápis na mão, o texto tá lindo...não some...beijinho

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