21 de janeiro de 2010

Sapatilhas


Sapatilhas, graça, tule, fitas, barras, plies.
Nada disso me serve. Serviu por um tempo, um curto tempo onde eu era pequena, mas acabou.
Tentei por algum tempo me adequar no padrão da doce menina bailarina, que encheria a casa de alegria e saltos. Doce engano.
Não tinha sustentação, não tinha flexibilidade, não sabia girar, não sabia saltar. Era delicada, mas naõ pra uma bailarina de clássico. Não como pediam.
Não tinha modos, não tinha jeito, não tinha talento, não tinha porte, não tinha postura. Não era bailarina, e não nascera para tal.
Frustrada por algum tempo, mas quando a gente cresce a gente entende que nem tudo é para todos. E hoje eu vejo que a cada dez bailarinas, duas realmente tem talento, postura, graça, porte e discernimento pra levar a dança adiante seriamente.
O resto são deslumbradas ou meninas que simplesmente conseguem dançar bem.
Mas nascer pra ser bailarina, são poucas.
Acho que me azedei com essa história de ballet.
Na verdade, acho que me deixei azedar.
Mas que aquelas que realmente acreditam em seu potencial, em sua capacidade, tem força e talento pra seguir adiante na estrada da sapatilha, boa sorte. E que cuidem dos seus calos e olhos de peixe, porque eu dei sorte de não ter estragado meus pés com a sapatilha...E que também tenha consciência que pé de bailarina só é bonito dentro da sapatilha!

Um comentário:

  1. Deixa estar Gabi, largaste as sapatilhas, mas a cada dia consegue bailar melhor e mais bonito com as palavras...

    ResponderExcluir