20 de janeiro de 2010

Jamille

Para Jamille nada era mais custoso do que a fidelidade.
E mesmo sendo vulnerável as tentações, ela sabia manter relacionamentos sólidos... pelo menos até quando suas mentiras eram descobertas.
Jamille fora criada nas ruas boemias de Paris, ao som de acordeons, tilintar de taças, e vinhos caros. Vinda de família boa, com o tempo ganhou espaço como poetisa na escola da arte que frequentava.
Era, sem dúvidas, uma mulher cheia de encantos e fascínios. Dois olhos meigos expressavam uma doçura sedutora, quase irresistível para homens que pensavam mais com a cabeça de baixo.
Desde menina Jamille teve muitos romances, romances regados se paixão, flores, promessas. Mas sempre amaldiçoados pelas traições de Jamille.
Não se contentava em ter apenas um homem aos seus pés. Um era muito pouco. Queria que todos a vissem como Musa de seus sonhos, perdendo a oportunidade de um relacionamento sincero e sem mentiras.
Para Jamille, não havia motivos para trair, era só querer. O relacionamento podia estar um mar de rosas, que ela conseguia tranformá-lo num mar de crisantemos brancos e foscos.
Nem ela mesma entendia o porque de trair tanto. Questionava-se por não conseguir dedicar-se integralmente a um único homem.
Jamille perdeu os amores mais belos que poderia ter vivido assim, nos caprichos de suas traições.
Hoje, já não é tão jovem como antes, e a segurança familiar tão sonhada, é um sonho distante e longinquo.
Jamille caminha pelas ruas de Paris, ainda muito bela e desejada, mas com o coração comprimido por seus erros, dilacerado por suas próprias traições, pela falta de amor consigo mesma e pela fidelidade que ela nunca soube o que era.

Um comentário:

  1. Voltaste, cheia de graça e doçura nas histórias, mesmo com um tema um tanto quanto triste: a infidelidade...

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