13 de setembro de 2009

Primeiro rabisco

A parede ainda está branca. Começo aqui a saga das letras que vão enxer o casulo de idéias.
Enquanto não posso sair daqui, é aqui que eu escrevo.
O casulo. Meu casulo.
Feito como deve ser um casulo. Digno de uma borboleta semi-pronta.
Com asas sedentas de ar, lugares, paisagens. Mas que ainda não podem voar.
A minha letra vai pintando a parede do casulo, minhas frases vão dando forma ao branco. Agora preto e branco.
Esse é meu casulo.
E sinta-se bem vindo para visitá-lo.
Mas olhe, não se meta.
Num casulo de uma borboleta não se mexe, não se cutuca.
A não ser que ela queira muito sua ajuda.
Aliás, há um número de pessoas bem restritas que eu deixo entrar no meu casulo.
Algumas pessoas da família da borboleta, alguns pouquissimos e raros amigos, e é claro, o dono do coração da borboleta!
Que enxe a parede do casulo de amor e cores magníficas!
Que ilumina a vida serena e escurinha no casulo, e traz mais cor, mais vida, mais luz e movimento!
O impulsionador de voo, o animador de asas! O grande Noni.
E assim vão passando o dias no casulo.
Enquanto a borboleta não pode voar, ela escreve.

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